Cientistas discutem como proteger a Terra do impacto da queda de asteroides

Cerca de 300 especialistas de vários países se reuniram nos EUA para debater sobre possíveis estratégias de defesa do planeta contra ameaças vindas do espaço exterior. Encontro é organizado pela agência espacial americana NASA.  De vez em quando pedaços enormes de rocha passam relativamente perto da Terra. Como em abril de 2018, quando, vindo das profundezas escuras do espaço, um asteroide de cerca de 50 metros de diâmetro se aproximou perigosamente, e os astrônomos só descobriram a chegada do objeto 21 horas antes da sua passagem próximo à Terra.

Edição e imagens:  Thoth3126@protonmail.ch

Cientistas discutem como proteger a Terra da queda de asteroides e meteoros

Fonte:  https://www.dw.com/

Cinco anos antes, em 15 de fevereiro de 2013, um até então desconhecido meteoro com cerca de 20 metros e peso estimado em torno de 10 mil toneladas adentrou a atmosfera terrestre sobre a Rússia, transformando-se em uma bola-de-fogo que cruzou os céus do sul da região dos Montes Urais até explodir sobre a cidade de Cheliabinsk, às 9:20:26 (horário local) ou 03:20:26 (UTC).

O incidente teve consequências relativamente leves, embora milhares de edifícios tenham sido danificados pela  pressão da onda de choque causada pela explosão. Houve mais de mil e quinhentos feridos, especialmente por estilhaços de vidro, mas felizmente nenhuma morte. A explosão e os impactos resultantes danificaram prédios em seis cidades na região do evento. O calor resultante do atrito do objeto com o ar da atmosfera produziu uma luz ofuscante pela explosão, a ponto de projetar sombras em Chelyabinsk, tendo sido avistada nos óblasts de Sverdlovsk  e Oremburgo e até no vizinho Cazaquistão.

O meteoro de Chelyabinsk é o maior corpo celeste a atingir a Terra desde o evento de Tunguska, em 1908, e, até onde se tem conhecimento, o único evento no qual tamanho número de vítimas foi registrado. A reconstrução de sua trajetória orbital baseada nas informações e vídeos amadores coletados permitiram concluir com segurança que tal asteroide pertencia ao grupo de asteroides denominado Apollo, que orbitam de forma perigosa as proximidades da terra.

Os astrônomos estão bastante confiantes de que conhecem as outras ameaças celestes mais perigosas, com vários quilômetros de diâmetro, e acreditam que a Terra ‘não corre perigo’ pelo menos nos próximos 100 anos. Os bólidos de médio porte, por sua vez, são de difícil previsibilidade. Mas até mesmo formações “menores”, com diâmetro de algumas centenas de metros, já podem causar danos regionais devastadores. O caso dos dois asteroides anteriormente relatados também mostra que não é possível conhecer todos eles.

Por essa razão, de 29 de abril a 3 de maio, 300 astrônomos, engenheiros espaciais e outros especialistas dos Estados Unidos, Rússia, China, Alemanha, França e Israel se reuniram para discutir a “situação espacial”. As possíveis estratégias de defesa são tratadas na Conferência Internacional de Defesa Planetária, realizada em Maryland, EUA. A agência espacial americana NASA organizou a conferência em colaboração com pesquisadores do Laboratório Johns Hopkins de Física Aplicada (APL).

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Os cientistas criaram um cenário, em que é descoberto um asteroide hipotético de até 300 metros, a uma distância de 57 milhões de quilômetros, que ruma para a Terra a uma velocidade de 14 quilômetros por segundo, ou 50 mil quilômetros por hora. A probabilidade de que o corpo celeste caia em solo terrestre é de 1%. Uma maneira de lidar com a situação seria evacuar a região ameaçada.

Os participantes da conferência demonstram também métodos diversos para a humanidade desviar um asteroide de sua rota perigosa, como a missão Teste de Redirecionamento de um Asteroide Duplo (Dart, na sigla em inglês), desenvolvida pelo Escritório de Coordenação da Defesa Planetária da NASA, juntamente com o APL. Em 2022, um asteroide de 150 metros de tamanho, não perigoso para o planeta, deve ser desviado de sua órbita através de uma colisão. Dessa maneira, os pesquisadores querem testar se o método pode ter sucesso.

A missão Dart faz parte de uma estratégia nacional e um plano de ação dos EUA para proteção de queda de objetos próximos da Terra. Objetos “Próximos da Terra” são considerados asteroides cuja órbita em torno do Sol chega a menos de 50 milhões de quilômetros da órbita terrestre. Mais de 20 mil deles são conhecidos, e todos os anos mais de 700 são adicionados à lista.

Imagem da explosão do meteoro de CHELYABINSK, em 15 de fevereiro de 2013. O objeto não foi detectado antes de sua entrada atmosférica , em parte porque seu radiante estava próximo do Sol. Sua explosão criou pânico entre os moradores locais e cerca de 1.500 pessoas foram feridas seriamente o suficiente para buscar tratamento médico. Todos os ferimentos foram causados ??por efeitos indiretos, e não pelo próprio meteoro, principalmente de vidros quebrados de janelas que foram destruídas quando a onda de choque chegou, minutos após o flash do superbolido. Cerca de 7.200 edifícios em seis cidades da região foram danificados pela onda de choque da explosão, e as autoridades se esforçaram para ajudar a reparar as estruturas num ambiente com temperaturas abaixo de zero. FONTE

“Precisamos deixar claro para o público que não se trata de Hollywood” {nota Thoth: pode ser muito pior do que qualquer filme catástrofe produzido em Hollywood}, afirmou Jim Bridenstine, da NASA, ao abrir a conferência, citado pela agência de notícias AFP. Seu colega Detlef Koschny, da Agência Espacial Europeia (ESA), concordou: “A coisa boa no desastre de Chelyabinsk foi que chamou a atenção dos tomadores de decisões políticas para esse perigo.”

A maior incerteza vem de objetos próximos ao Sol, quase invisíveis a partir da Terra devido às condições de luz. Estes só podem ser detectados em sua chegada às proximidades da Terra, quando muito, com telescópios especiais situados no Arizona, Havaí, Chile, Espanha e na Sicília.

Um buraco na superfície congelada do lago Chebarkul foi descoberto por um pescador da região pouco após a colisão; e alguns meses depois (em outubro) um meteorito (um fragmento do meteoro que explodiu) de aproximadamente 570 kg viria a ser recuperado no local por cientistas russos.

Agora os astrônomos também cogitam a construção de outro telescópio espacial para essa finalidade, que rastrearia o espaço de uma perspectiva diferente. Alternativamente, pode também ser construído um telescópio no lado oculto da Lua, com uma visão muito melhor das profundezas do universo por não ser ofuscado pela luz do Sol e a luz refletida pela Terra.


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