A crescente aliança de países do BRICS está forçando as potências neocoloniais e os globalistas a repensarem a sua relação “parasitária” com o Sul Global, disse analista à RT. O (Hospício do) Ocidente vê a expansão dos BRICS como uma ameaça existencial às suas agendas porque uma aliança maior de países emergentes põe em risco a relação “imperialista parasitária” do Ocidente com o Sul Global, o analista independente Jackie Shandu disse à RT nesse domingo.
(Hospício do) Ocidente vê expansão do BRICS como ‘Ameaça Direta’ aos seus ‘Interesses’
Fonte: Rússia Today
A cooperação entre os BRICS e a UE, conforme proposta no início desta semana pelo principal representante da África do Sul na UE, Tokozile Xasa, significa que “o Ocidente não poderá mais desfrutar de toda a riqueza e as riquezas que produz diretamente às custas do resto do mundo”, disse Shandu.
Porque a exploração dos países mais fracos “manteve o Ocidente (G-7) nesta posição de economias e nações altamente industrializadas, de alta renda e muito ricas ”, a expansão dos BRICS, que permitiu ao mundo em desenvolvimento, especialmente à África, manter-se no cenário global, “representa uma ameaça direta a essa relação muito parasitária”, explicou ele.
O BRICS se vê como um concorrente “da atual ordem econômica global dominada pelo Ocidente e do complexo industrial militar dos EUA”, que fornece essa ordem com um “monopólio da capacidade de aplicar força bruta”, continuou Shandu.
“Um BRICS crescente e mais organizado tira mais da metade do mundo da ditadura antidemocrática de instituições como o FMI, BIS, SWIFT [e] o Banco Mundial” e torna o Conselho de Segurança da ONU mais democrático, disse ele.
Embora tenha argumentado que esta realidade estava gradualmente surgindo na Europa, o analista baseado na África do Sul também observou que não havia “consenso” sobre as próximas etapas.
“Será uma batalha entre as forças da Luz e das trevas”, disse ele. “As forças das trevas dirão: ‘bem, desfrutamos dos privilégios indevidos que mantemos às custas de relações equitativas com o resto do mundo!’ ”
O enviado da África do Sul em Bruxelas enfatizou na quinta-feira que o BRICS “não era uma coalizão antiocidental, como muitos gostariam de acreditar,” elogiando a aliança mais por “elevar a voz do Sul” enquanto apelava à cooperação agrícola entre a UE e os países do BRICS.
Essa nova agência geopolítica [BRICS] entra em conflito direto com a visão do Ocidente de que a África é meramente “uma fonte de mão de obra barata, uma fonte de recursos baratos e roubados e um mercado lucrativo para produtos de luxo, produtos adicionados fabricados no Norte Global”, disse Shandu à RT.
O BRICS+6 inclui o Egito, a Argentina, o Irã, os Emirados Árabes Unidos, a Arábia Saudita e a Etiópia, além dos países fundadores, compreendendo quase 30% do PIB global e 47% da sua população, disse Xasa aos eurodeputados numa conferência intitulada Rising Power of BRICS: Implications for the European Union.
O eurodeputado holandês Marcel de Graaff instou os seus colegas a não esquecerem a dependência da UE dos BRICS, repreendendo o Ocidente por saquear os recursos do mundo em desenvolvimento, ao mesmo tempo que “não faz basicamente nada em retorno.”
Em vez de dar sermões aos membros da aliança dos países do BRICS sobre direitos humanos, a UE deve “começar pela economia e começar a respeitar a autonomia de outros países”, disse ele.
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