O comitê Nagel, estabelecido pelo governo de Israel, adverte que as ambições da Turquia para restaurar sua influência da era otomana na Síria podem levar a tensões aumentadas com Israel, possivelmente se transformando em um conflito em grande escala na região do Oriente Médio.
Fonte: Jerusalem Post
’’Há duas histórias, a oficial e mentirosa e a SECRETA, em que estão às verdadeiras CAUSAS dos acontecimentos’’ Honoré de Balzac
Israel deve se preparar para um confronto direto com a Turquia, de acordo com o Comitê Nagel em seu último relatório sobre o orçamento de defesa e estratégia de segurança de Israel.
O comitê, estabelecido pelo governo, adverte que as ambições da Turquia para restaurar sua influência da era otomana na Síria podem levar a tensões aumentadas com Israel, possivelmente se transformando em um grande conflito.
O relatório destaca o risco de facções sírias se alinharem com a Turquia, criando uma nova e potente ameaça à segurança dos israelenses.
“A ameaça turca vindo pela situação na Síria poderia evoluir para algo ainda mais perigoso do que a ameaça iraniana,” afirma o relatório, alertando que as forças apoiadas pela Turquia podem agir como representantes, alimentando a instabilidade regional. [e também porque a Turquia tem as maiores e bem equipadas forças armadas dos membros da OTAN, atrás apenas dos EUA]
A avaliação do comitê vem em meio às políticas cada vez mais assertivas do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, na região, que alguns analistas consideram “antagônicas” aos interesses [expansionistas do “Grande Israel”] de Tel Aviv.
Um apelo à preparação
O Comitê de Nagel apresentou suas recomendações ao Primeiro Ministro Benjamin Netanyahu, ao Ministro da Defesa Israel Katz e ao Ministro das Finanças Bezalel Smotrich na segunda-feira, delineando uma estratégia abrangente para enfrentar as ameaças emergentes vindas da Turquia.
O comitê propõe aumentar o orçamento de defesa em até NIS 15 bilhões anualmente nos próximos cinco anos para garantir que as Forças de Defesa de Israel (IDF) estejam equipadas para lidar com os desafios colocados pela Turquia, juntamente com outras ameaças regionais.
Netanyahu abordou o relatório, afirmando:
“Estamos testemunhando mudanças fundamentais no Oriente Médio. O Irã tem sido a nossa maior ameaça, mas novas forças estão entrando na arena, e devemos estar preparados para o inesperado. Este relatório fornece-nos um roteiro para proteger o futuro de Israel.”
Reforçando as capacidades militares
Para se preparar para um potencial confronto com a Turquia, o comitê recomendou as seguintes medidas a serem tomadas pelo governo sionista:
Armamento avançado: Aquisição de caças F-15 adicionais, reabastecimento de aeronaves, drones e satélites para fortalecer as capacidades de ataque de longo alcance de Israel.
Sistemas de defesa aérea: Aprimorando as capacidades de defesa aérea de várias camadas, incluindo o Iron Dome, o David Sling, os sistemas Arrow e o recém-operacional sistema de defesa a laser Iron Beam.
Segurança nas fronteiras: Construindo uma barreira de segurança fortificada ao longo do Vale do Jordão, o que marcaria uma mudança significativa na estratégia defensiva de Israel, apesar das possíveis ramificações diplomáticas com a Jordânia.
As políticas americanas e turcas na Síria estão cada vez mais em conflito abertamente após a queda de Assad em 8 de dezembro. Como detalhamos na semana passada, o Pentágono está construindo uma nova base no coração do território curdo no norte da Síria, perto da fronteira turca (o que os EUA negaram desde então, apesar dos vídeos mostrando o aumento da atividade e pessoal militar).
Esta é uma grande provocação ao governo Erdogan da Turquia, dado que o exército turco e seus representantes estão em guerra com os curdos sírios apoiados pelos EUA. Em novas declarações de segunda-feira, a Turquia colocou os curdos e, por extensão, Washington em alerta, dizendo que é apenas uma “questão de tempo” antes que os militantes curdos sejam expulsos da Síria .
O Ministro das Relações Exteriores Hakan Fidan enfatizou que a Turquia não aceitará nenhuma futura Síria com o YPG nela. O YPG compõe o núcleo das Forças Democráticas Sírias (SDF) financiadas e treinadas pelos EUA [Leia-se Israel/Mossad], mas a Turquia o vê apenas como uma extensão do PKK ilegalizado.
“Estamos em posição não apenas de ver, mas também de desmantelar qualquer tipo de conspiração na região”, disse Fidan em uma entrevista coletiva ao lado de seu colega jordaniano Ayman Safadi em Ancara.
“As condições na Síria mudaram. Acreditamos que é apenas uma questão de tempo até que o PKK/YPG seja eliminado“, disse ele, pedindo ao grupo que deponha as armas “o mais rápido possível”.
“O império de violência do PKK construído sobre o povo curdo está à beira do colapso”, ele acrescentou, de acordo com a mídia turca. Foi quando ele se dirigiu indiretamente aos Estados Unidos, que apoiaram o YPG por pelo menos meia década neste ponto :
“Se vocês (o Ocidente) têm objetivos diferentes na região, se querem servir a outra política usando o Daesh como desculpa para encorajar o PKK, então não há como fazer isso também”, disse ele.
O Pentágono há muito justifica sua presença de tropas no nordeste da Síria como parte da missão “contra-ISIS”, embora o Estado Islâmico tenha sido derrotado há muito tempo. Às vezes, autoridades dos EUA também falam sobre a missão “contra-Irã”, que é menos urgente agora, após a derrota de Assad.
Enquanto isso, a mídia turca está relatando que o governo HTS de Jolani em Damasco, que sem dúvida está servindo aos interesses da Turquia, ordenou que os curdos sírios deponham imediatamente as armas :
O governo interino sírio manteve conversas com representantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), exigindo que eles se desarmem , informou o jornal turco Hurriyet na segunda-feira, citando fontes não identificadas.
…Duas reuniões ocorreram entre as novas autoridades sírias e representantes do PKK, que supostamente buscavam reconhecimento como uma divisão ou corpo dentro do exército oficial sírio em troca de desarmamento. As novas autoridades sírias não aceitaram nenhuma condição, disse o jornal turco.
Mas os curdos têm uma influência significativa, já que são apoiados diretamente pelas forças especiais e recursos aéreos dos EUA/Israel, e atualmente controlam quase todos os campos de petróleo e gás na Síria.
Os curdos provavelmente não se contentarão com nada menos do que autonomia e autogoverno claros dentro de um sistema federado se quiserem fazer parte do estado sírio. Quanto a Washington, não está nada claro qual é o objetivo final da ocupação dos EUA [a não ser servir aos interesses de Israel]. Outra grande questão que paira é se manterá as sanções contra a Síria, que brutalizaram a população comum na região .
Trump, durante seu primeiro mandato, expressou o desejo de trazer as tropas para casa, e continua incerto se ele tentará fazer isso durante o próximo mandato. Ele não aceita ameaças da Turquia, no entanto.
A título de informação convém lembrar que as Forças Armadas Turcas (TSK), compreendem o Exército, a Marinha, a Força Aérea e a Gendarmaria. Em 2016, a TSK tinha uma força total de :
- 402.000 efetivos ativos no exército (77.000 profissionais e 325.000 recrutas)
- 48.600 efetivos da Marinha (14.100 profissionais e 34.500 recrutas)
- 60.100 efetivos da Força Aérea (28.600 profissionais e 31.500 recrutas)
- Além disso, a Turquia tem mais de 102.200 membros da Guarda Nacional e 378.700 reservistas nos três ramos das forças armadas.
As Forças Armadas Turcas estão bem equipadas para defender a integridade territorial da Turquia, particularmente contra a ameaça separatista curda. A Turquia também participa da coalizão internacional contra o Estado Islâmico (ISIS).
De acordo com o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), os gastos militares da Turquia em 2016 foram de aproximadamente 2,2% do seu PIB.
Principais fatos: Segunda maior força militar entre os países membros da OTAN, depois dos EUA, e a maior força militar da Europa, com Forças Militares bem treinadas e equipadas, com forte ênfase na defesa territorial. Participação ativa em coalizões internacionais, inclusive contra o ISIS. Componente de reserva significativo, com mais de 378.700 reservistas nos três ramos, Exército, Força Aérea e Marinha. [Observação: as informações fornecidas são baseadas nos resultados da pesquisa e são precisas em 2016]
Um Plano Para Guiar Todos Eles: “….. A dissolução da Síria e do Iraque … em áreas étnica ou religiosamente únicas… é o principal alvo de Israel … enquanto a dissolução do poder militar desses estados serve como o principal alvo de curto prazo. A Síria se desintegrará de acordo com sua estrutura étnica e religiosa…” – Oded Yinon, Uma Estratégia para Israel nos Anos 80, voltairenet
- – Aquele que sabe e sabe que sabe é sábio – segue-o.
- – Aquele que sabe e não sabe que sabe está dormindo – acorda-o;
- – Aquele que não sabe e não sabe que não sabe, é um idiota – enxota-o;
- – Aquele que não sabe e sabe que não sabe é simples – ensina-o. – (Provérbio Árabe)
