As Guerras dos ‘deuses’ e dos homens (6) – Surge a Espécie Humana

O homem nasceu para ser um guerreiro ou os “deuses” ensinaram a humanidade a guerrear ? Os “deuses” alienígenas/extraterrestres foram responsáveis pelos eventos mais cataclísmicos da história humana ? As guerras da Terra começaram nos “Céus” e os eventos celestes determinaram o futuro da humanidade na Terra ? Neste livro, Zecharia Sitchin apresenta uma evidência surpreendente de que os deuses [Anunnaki, Nefilins, et caterva] que vieram à Terra desde o planeta Nibiru e outros sistemas, travaram uma série de batalhas ferozes pela supremacia e controle do nosso planeta, alistando os terráqueos nesses conflitos entre os “deuses”.

Fonte: As Guerras dos deuses e dos homens : Livro III das crônicas da Terra, de Zecharia Sitchin

Sitchin conta com um estudo meticuloso dos relatos antigos, desde as escritas sumérias em tabletes de argila e o Antigo Testamento até os mitos antigos dos ensinamentos canaanitas, egípcios, hititas, persas, gregos e hindus, para traçar a saga dos “deuses” e dos homens de um início criativo a um fim trágico. Ele usa então fontes modernas, como fotografias da Terra tiradas pela NASA desde o espaço, para revelar a evidência de uma enorme explosão nuclear ocorrida há cerca de 4 mil anos, mudando a vida na Terra para sempre. O novo exame dos mistérios antigos feito por Sitchin explica o Grande Dilúvio, a destruição de Sodoma e Gomorra [o primeiro grande núcleo da permissividade e corrupção da ideologia Transgênero e LGBTQ+] e outros eventos cataclísmicos do passado na história da humanidade, possibilitando a compreensão de nosso presente e um vislumbre do nosso futuro.


6 – SURGE A ESPÉCIE HUMANA

Desde que George Smith descobriu e publicou em 1876 as lendas detalhadas sobre a criação da Mesopotâmia (The Chaldean Account of Genesis), obra que foi seguida por The Seven Tablets of Creation: Enuma Elish Complete, de W. King, tanto eruditos como teólogos passaram a aceitar que os contos sobre a Criação do Antigo Testamento (Gênesis, capítulos 1 a 3) são versões [são CÓPIAS] condensadas dos textos sumérios originais.

Um século depois, em meu livro O 12º Planeta: Livro 1 das Crônicas da Terra (Volume 1) (1976) mostrei que esses textos não eram mitos primitivos, mas repositórios de conhecimento científico avançado que só agora os modernos pesquisadores começam a alcançar. As sondas não tripuladas da NASA que fotografaram Júpiter e Saturno confirmaram muitas facetas “incríveis” do conhecimento sumério sobre nosso sistema solar, como a afirmação de que os planetas exteriores possuem numerosos satélites e que existe água em alguns deles. Esses planetas distantes e alguns de seus principais satélites têm núcleos ativos que geram calor interno; alguns irradiam mais calor do que jamais conseguirão receber do Sol longínquo.

A atividade vulcânica propiciou a esses corpos celestes suas próprias atmosferas. Portanto, todos os requisitos básicos para o desenvolvimento da vida existem por lá, como disseram os sumérios 6 mil anos atrás. E quanto à existência de um décimo segundo membro de nosso sistema solar,
um décimo planeta muito além de Plutão – o Nibiru sumério ou o Marduk, da Babilônia -, cuja existência foi a conclusão básica e de grandes conseqüências em O 12º. Planeta?

Em 1978, astrônomos do Observatório Naval dos EUA de Washington determinaram que Plutão, por ser menor do que se acreditava anteriormente, não podia ser considerado o único responsável pelas perturbações constatadas nas órbitas de Netuno e Urano. Por isso, postularam a existência de mais um corpo celeste além de Plutão. Em 1982, a NASA anunciou sua conclusão de que realmente existe esse corpo, mas, se ele é ou não um outro grande planeta, ela planeja determinar ajustando, de certa maneira, a trajetória das duas sondas Pioneer que continuam no espaço além do planeta Saturno.

No final de 1983, os astrônomos do Laboratório de Propulsão a Jato da Califórnia anunciaram que o IRAS, o telescópio infravermelho montado num satélite e lançado sob o patrocínio da NASA e com a cooperação de outras nações, descobriu além de Plutão um “corpo celeste misterioso”, muito distante, com cerca de quatro vezes o tamanho da Terra e vindo em nossa direção, para dentro de nosso sistema solar. Eles ainda não disseram que é um planeta, mas nossas Crônicas da Terra não deixam dúvidas sobre essa recente descoberta.

Por Thomas O’Toole, Washington Post, da equipe de redação – sexta-feira 30 dezembro, 1983; Página A1. Um corpo celeste possivelmente tão grande como o gigantesco planeta Júpiter e, possivelmente, tão perto da Terra que seria parte deste sistema solar foi encontrado na direção da Constelação de Órion por um telescópio em órbita a bordo do satélite astronômico infravermelho dos EUA (Infrared Astronomical Satellite-IRAS). Tão misterioso é o objeto que os astrônomos não sabem se ele é um planeta, um cometa gigante, uma ”proto-estrela” próxima que nunca ficou quente o suficiente para se tornar uma estrela, uma galáxia distante tão jovem que ainda está em processo de formação de suas primeiras estrelas ou uma galáxia tão envolta em poeira que nenhuma das suas estrelas ainda é visível. “Tudo o que posso dizer é que não sabemos o que é”, disse em uma entrevista, o Dr. Gerry Neugebauer, o cientista chefe do IRAS para o JPL-Laboratório de Propulsão a Jato da Califórnia e diretor do Observatório Monte Palomar, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, a explicação mais fascinante deste misterioso corpo, que é tão frio que não lança luz e nunca foi visto por telescópios ópticos na Terra ou no espaço, é que ele é um planeta gigante gasoso tão grande como Júpiter e tão perto da Terra em 50 trilhões de quilômetros. Embora isso possa parecer uma grande distância em termos terrestres, é uma curta distância em termos cosmológicos, tão perto, de fato, que seria o corpo celeste mais próximo da Terra além do mais externo planeta Plutão. Se ele esta realmente tão perto, seria uma parte do nosso sistema solar, disse o Dr. James Houck do Centro de Rádio Física da Universidade Cornell.

Em 1983 foram encontradas na Antártida e em outros locais, pedras que sem dúvida são fragmentos da Lua e de Marte, algo que deixou os cientistas atônitos, sem explicação sobre o que poderia ter acontecido. A lenda suméria sobre a criação do sistema solar, a colisão entre os satélites de Nibiru e Tiamat, e o resto da cosmogonia no famoso Épico da Criação oferecem um
explicação abrangente.

E quanto aos textos que descrevem como o homem foi criado por intermédio da manipulação genética, com a fertilização in vitro e reimplante de óvulos? Os recentes avanços nas ciências e tecnologia genéticas confirmaram o conceito sumério de uma evolução gradual e natural coexistindo com o aparecimento (de outra forma inexplicável) do Homo sapiens, biologicamente
avançado, através da engenharia genética dos Anunnaki. Até mesmo o moderno método de procriação em proveta – a extração de um óvulo, a fecundação com o sêmen e o reimplante do óvulo fecundado no útero – é exatamente o mesmo procedimento descrito nos textos sumérios de milênios atrás da criação do homem.

Se os dois principais eventos – a criação da Terra e a criação do homem estão corretamente relatados na Bíblia, não deveríamos também aceitar a veracidade da história sobre o surgimento da espécie humana na Terra? E se as histórias da Bíblia não passam de uma versão condensada de crônicas sumérias anteriores, mais detalhadas, estas não poderiam ser usadas para explicar melhor e completar o registro bíblico desses tempos primitivos?

Como umas são reflexos das outras, olhemos para essas antigas memórias, continuemos a descobrir a maravilhosa história sobre nosso planeta. Depois de contar como “o Adão” (literalmente, “O Terráqueo”) ganhou a capacidade de procriar, o Livro do Gênesis passa a relatar os eventos gerais da Terra como estando relacionados com a saga de um ramo específico da
espécie humana: a pessoa chamada Adão e seus descendentes. “Eis o livro da descendência de Adão”, informa o Antigo Testamento. Um livro assim podemos aceitar com segurança, realmente existiu. Os indícios sugerem fortemente que a pessoa a quem a Bíblia chama de Adão foi a mesma
que os sumérios chamavam de Adapa, o Terráqueo “aperfeiçoado” por Enki e considerado geneticamente aparentado com ele. “Amplo conhecimento Enki aperfeiçoou para ele, para desvendar os desígnios da Terra; a ele concedeu o conhecimento, mas a imortalidade não lhe concedeu.”

Foram encontrados trechos da “Lenda de Adapa”, e o texto completo pode bem ter sido o “Livro da Descendência de Adão”, ao qual se refere o Antigo Testamento. Os reis assírios provavelmente tinham acesso a um registro desse tipo, pois muitos afirmavam ter herdado algumas virtudes de Adapa. Sargão e Senaqueribe diziam que tinham herdado a sabedoria que Enki concedera a
Adapa; Sinsharishkun e Asaradão vangloriavam-se de ter nascido “com a imagem do sábio Adapa”. Segundo uma inscrição de Asaradão, ele mandou erigir no templo de Assur uma estátua de Adapa. Assurbanipal garantia que aprendera “o segredo da escrita em placas de antes do Dilúvio”, tal como Adapa.

As fontes sumérias afirmam que, antes de o Dilúvio varrer tudo o que existia na face da Terra, existiam tanto culturas rurais, praticando o cultivo e a criação de animais, como culturas urbanas. O Livro do Gênesis conta que o primeiro filho de Adão e Eva, Caim, “cultivava o solo”, e seu irmão, Abel, “era pastor de ovelhas”. Depois de Caim ser “expulso da presença do Senhor”, por ter matado Abel, os povoados urbanos – as cidades do homem – foram fundados. No país de Nod, a leste do Éden, Caim gerou um filho a quem chamou Enoch e construiu uma cidade à qual deu esse mesmo nome, que significa “fundação”. O Antigo Testamento, por não se interessar pela descendência de Caim, passa rapidamente para a quarta geração depois de Enoch , quando nasceu Lamec: Lamec tomou para si duas mulheres: O nome da primeira era Ada, e o nome da segunda, Sela. Ada deu à luz Jabel; ele foi o pai dos que vivem sob a tenda e têm rebanhos.

O nome de seu irmão era Jubal; ele foi o pai de todos que tocam lira e charamela. Sela, por sua vez, deu à luz Tubalcaim; ele foi o pai de todos os laminadores em ouro, cobre e ferro. O Livro dos Jubileus, que se acredita ter sido composto no século 2 a.C. com base em material bem anterior, acrescenta a informação de que Caim casou-se com sua própria irmã, Awan, que deu à luz Enoch , “no final do quarto Jubileu, casas foram construídas na terra, e Caim construiu uma cidade e deu
lhe o nome de Fundação, o mesmo nome de seu filho” [e a título de “curiosidade”, a capital dos aztecas se chamava Tenochtitlan, que significa cidade de Enoch]. De onde vieram essas informações adicionais?

Sempre se disse que essa parte da história do Gênesis não tem paralelo ou comprovação nos textos mesopotâmicos. Mas descobrimos que não é bem assim. Encontramos uma tábua de argila da Babilônia no Museu Britânico (no. 74329), catalogada como “contendo um mito não encontrado em outras tábuas”. No entanto, pode ser uma versão assíria/babilônica feita em cerca de 2000 a.C., de um registro sumério sobre a linhagem de Caim que até hoje não foi encontrado!

Segundo uma cópia feita por A. R. Millard e traduzida por W. G. Lambert (Kadmos, vol. VI), o texto fala sobre os primórdios de um grupo de lavradores, o que corresponde ao “que cultivava o solo” da Bíblia. Eles eram chamados Amakandu – “Povo que em Sofrimento Vagueia”, um paralelo com
a condenação de Caim: “Agora és maldito e expulso do solo fértil que recebeu o sangue de seu irmão… Serás um errante fugitivo sobre a face da terra”. E, mais notável ainda, o chefe mesopotâmico desse povo nômade ou exilado era chamado de Ka’in! E também, como na Bíblia:
Ele construiu em Dunnu uma cidade com torres gêmeas. Ka’in tomou para si mesmo a soberania sobre a cidade.

O nome desse lugar é muito intrigante. Como em sumério a ordem das sílabas podia ser invertida sem a mudança de sentido, o nome também podia ser escrito NU.DUN, semelhante ao Nod ou Nud, citado na Bíblia como o local para onde Caim foi exilado. O nome sumério significava “o local de descanso escavado”, um bom paralelo com a interpretação bíblica do termo, dando-o como “Fundação”.

Depois da morte (ou assassinato) de Ka’in, “ele foi colocado para descansar na cidade de Dunnu, que tanto amava”. E, como na Bíblia, o texto mesopotâmico registra a história de quatro gerações seguintes: irmãos casaram-se com irmãs e assassinaram seus pais, e tanto conquistaram a soberania sobre Dunnu como se estabeleceram em novos locais, o último dos quais era chamado Shupat (“O Julgamento”).

Uma segunda fonte que indica que a história da Bíblia sobre Adão e Caim tem origem em crônicas da Mesopotâmia são os textos assírios. Uma arcaica Lista de Reis assírios afirma que em épocas primitivas, quando seus ancestrais viviam sob tendas – termo que é repetido na Bíblia ao falar sobre a linhagem de Caim -, o patriarca de seu povo era chamado Adamu, o Adão bíblico. Também descobrimos entre os tradicionais epônimos assírios de nomes reais a combinação Assur-bel-Ka’ini (“Assur, senhor dos cainitas”), e os escribas fizeram um paralelo desse título com o sumério ASHUREN.DUNI, deixando implícito que os cainitas (“O povo de Kain”) e os duni (“o povo de Dun”)
eram a mesma coisa, reafirmando assim o Caim e o país de Nud ou Dun da Bíblia.

Depois de falar brevemente sobre a linhagem de Caim, o Antigo Testamento volta sua atenção para uma nova linha de descendência de Adão: “E Adão conheceu de novo sua mulher, e ela deu à luz um filho e lhe pôs o nome de Set, porque, disse ela, “Deus me concedeu uma outra descendência no lugar de Abel, que Caim matou”! O Livro do Gênesis então acrescenta: “Quando
Adão completou cento e trinta anos, gerou um filho a sua imagem e semelhança, e lhe deu o nome de Set”. O tempo que viveu do nascimento de Set foi de oitocentos anos, e ele gerou filhos e filhas. Toda a duração da vida de Adão foi de novecentos e trinta anos, e então morreu.

Quando Set completou cento e cinco anos, gerou Enós. Depois do nascimento de Enós, Set viveu oitocentos e sete anos e gerou filhos e filhas. “Toda a duração de Set foi de novecentos e doze anos, e morreu”. O nome do filho de Set e patriarca pré-diluviano pela qual a Bíblia mostra
interesse é Enós. Esse termo passou a significar em hebraico “humano, mortal”, e fica claro que o Antigo Testamento o considera o progenitor da linhagem humana que fica no núcleo das antigas crônicas, pois fala a respeito dele que “foi então que o nome de Iahweh [Enlil] começou a ser chamado”, ou seja, que começou a adoração e o sacerdócio.

Existem vários textos sumérios que lançam mais luz sobre esse aspecto intrigante. As partes disponíveis da lenda de Adapa contam que ele foi “aperfeiçoado” por Enki e tratado como um filho pelo deus em sua cidade, Eridu. Então é bem possível, como sugeriu William Hallo em Antedilasian
Cities, que o bisneto de Enós recebeu o nome de Jared ou Yared, para significar “Aquele de Eridu”. Então temos a resposta: perdendo o interesse nos descendentes banidos de Adão, o Antigo Testamento focaliza os patriarcas da linhagem de Adão que permaneceram em Éden – ao sul da
Mesopotâmia – e que foram os primeiros chamados para exercer o sacerdócio.

Na quarta geração depois de Enós, o primogênito recebeu o nome de Enoch. Os eruditos acreditam que ele origina de uma variante de uma raiz hebraica que tem a conotação de “treinar, educar”. Sobre Enoch, o Antigo Testamento conta que ele “andava com Deus”, e não morreu na Terra, pois “Deus o arrebatou”. Esse único versículo do Gênesis 5:24 está substancialmente ampliado nos Livros de Enoch, que contam a primeira visita de Enoch aos Anjos de Deus para ser instruído nas várias ciências e na ética. Depois de voltar à Terra para passar seu conhecimento e os requisitos para o sacerdócio aos seus filhos, Enoch foi novamente levado aos céus para juntar-se para sempre aos Nefilim (termo bíblico que significa “Os que desceram”) em sua morada celestial.

As Listas de Reis sumérias registram o reino sacerdotal de Enmeduranki em Sippar, na época a localização do espaçoporto comandado por Utu/Shamash. Seu nome, “O Senhor Sacerdotal do Dur-an-ki”, indica que ele fora treinado em Nippur. Uma tabuinha pouco conhecida, publicada por W. G. Lambert (“Enmeduranki e Material Relacionado”), diz o seguinte: Enmeduranki, príncipe de Sippar, Amado de Anu, Enlil/Yahweh e Ea. Shamash no Templo Brilhante o indicou. Shamash e Adad o levaram à assembléia… Eles lhe ensinaram como observar o óleo na água, um segredo de Anu, Enlil/Yahweh e Ea-Enki.

Deram-lhe a Tábua Divina, o segredo de kibdu do Céu e da Terra… Ensinaram-lhe como fazer cálculos com números. Quando a instrução de Enmeduranki no conhecimento secreto dos deuses foi concluída, ele foi devolvido à Suméria. Os “homens de Nippur, Sippar e Babilônia foram chamados a sua presença”. Enmeduranki então informou-os sobre suas experiências e sobre o estabelecimento do sacerdócio, que, por ordem dos deuses, deveria ser passado de pai para filho: “O sábio instruído, que guarda os segredos dos deuses, dedicará seu filho predileto, através de um
juramento, diante de Shamash e Adad… e lhe ensinará os segredos dos deuses”.

A tabuinha conclui com um post-scriptum: “Assim foi criada a linhagem dos sacerdotes, os que têm permissão para se aproximar de Shamash e Adad”. Por ocasião da sétima geração depois de Enós, na véspera do Dilúvio, a Terra e seus habitantes estavam enfrentando uma nova Idade do Gelo. Os textos mesopotâmicos contam com detalhes os sofrimentos da humanidade, falando sobre a terrível escassez de alimentos e até sobre canibalismo. O Livro do Gênesis apenas sugere a situação ao afirmar que, quando Noé (“Descanso”) nasceu, ele recebeu do pai esse nome na esperança de que seu nascimento marcasse um descanso “do trabalho e labuta que vem da Terra que deus
amaldiçoou”.

A versão bíblica nos conta muito pouco sobre Noé além do fato de que ele era “justo e de genealogia pura”. Os textos mesopotâmicos nos informam que o herói do Dilúvio vivia em Shuruppak, o centro médico dirigido por Sud. Os textos sumérios contam que, com o aumento do sofrimento dos humanos, Enki sugeriu que fossem tomadas providências para aliviá-los, encontrando uma veemente oposição por parte de Enlil/Yahweh. Este estava irritado com o crescente relacionamento sexual entre os jovens Anunnaki e as filhas dos homens.

O Livro do Gênesis descreve como os Nefilim “tomaram esposas”: Quando os homens começaram a ser numerosos sobre a face da Terra e lhes nasceram filhas, os filhos de deus viram que as filhas dos homens eram compatíveis e tomaram como mulheres todas as que mais lhe agradavam. Uma “tabuinha mítica” (CBS-14061) publicada por E. Chiera (Sumerian Religious Texts) conta a história daqueles tempos primitivos e de um jovem deus, chamado Martu, que se queixou de que também deveria receber permissão para ter uma esposa humana.

O texto explica que isso aconteceu quando: A cidade de Nin-ab existia, Shid-tab não existia. Existia a sagrada tiara, a sagrada coroa não existia… Havia co-habitação… Nascimento [de crianças] havia. “Nin-ab” continua o texto, “era uma cidade na Terra Grande povoada”. Seu alto sacerdote, um músico de muito talento, tinha uma esposa e uma filha. Quando o povo reuniu-se para oferecer aos deuses a carne assada dos sacrifícios, Martu, que era solteiro, viu a filha do sacerdote.

Desejando-a, foi procurar sua mãe e queixou-se: Em minha cidade eu tenho amigos, eles tomaram esposas. Tenho companheiros, eles tomaram esposas. Em minha cidade, ao contrário de meus amigos, não tomei uma esposa. Não tenho mulher, não tenho filhos. Depois de perguntar ao filho se a donzela que ele desejava “apreciava o modo como a olhava”, a deusa deu seu consentimento. Então os outros jovens deuses prepararam uma festa. O casamento foi anunciado, “na cidade de Nin ab, o povo foi chamado pelo som do tambor de cobre; os sete tamborins foram tocados”.

Enlil/Yahweh não estava nada satisfeito com o crescente número de uniões entre jovens anunnaki astronautas e as descendentes do Trabalhador Primitivo. Os textos sumérios contam que, “enquanto o país se ampliava e o povo multiplicava”, Enlil/Yahweh ia ficando cada vez mais “perturbado com os pronunciamentos da humanidade” e seu interesse pelo sexo e pela luxúria. “Então o Senhor [Enlil/Yahweh] disse/decretou: ‘Eliminarei da face da Terra o terráqueo que “criei.”

Os textos também contam que quando ficou decidida a ampliação da mineração de ouro no Abzu, os Anunnaki montaram um posto de monitorização científica na ponta sul da África, que foi colocado sob o comando de Ereshkigal, uma neta de Enki e Ereshkigal, desde a Mesopotâmia até aquele local longínquo e montanhoso (Kur), sugerindo que a moça fora raptada ou de qualquer outra maneira coagida por Enki na jornada, pois ela foi “levada para Kur como um prêmio”.

Soubemos por intermédio de outros egípcios que posteriormente Ereshkigal teve seu posto atacado por Nergal, um dos filhos de Enki, que pretendia vingar um insulto que sofrera por parte de um dos emissários da deusa. No último instante, Ereshkigal salvou a própria vida oferecendo-se para se casar com Nergal, para juntos controlarem as “Tábuas da Sabedoria” de seu posto.

Enlil/Yahweh viu chegar a oportunidade de se livrar dos terráqueos quando o posto científico da ponta da África começou a enviar comunicados sobre uma situação perigosa: a crescente capa de gelo sobre a Antártica tornara-se instável, apoiando-se sobre uma camada de lama escorregadia. O grande problema era que essa instabilidade surgira justamente quando Nibiru se aproximava da Terra, e a força gravitacional do planeta poderia perturbar o equilíbrio da capa polar e fazê-la deslizar para o oceano Antártico. Isso causaria um maremoto e tsunamis que inundaria todo o globo terrestre.

Quando os Igigi em órbita confirmaram a certeza de uma tal catástrofe, os Anunnaki começaram a acorrer a Sippar, o espaçoporto. Enlil/Yahweh insistiu que a humanidade não fosse avisada do Dilúvio que se avizinhava, e numa das sessões da Assembléia dos deuses anunnaki fez todos os seus pares, e em especial Enki, jurarem que não revelariam o segredo para a humanidade da catástrofe que se aproximava.

A última parte do texto Atra-Hasis [ Suméria – Anunnaki: O Épico de Atrahasis: a criação do homem, o Grande Dilúvio], um grande trecho do Épico de Gilgamesh [A Epopeia de Gilgamesh e o Gênesis] e outros textos da Mesopotâmia descrevem minuciosamente os eventos que se
seguiram: como o Dilúvio foi usado por Enlil/Yahweh para tentar aniquilar a espécie humana; como Enki, indo contra o juramento feito na Assembléia dos deuses, tramou para salvar seu fiel seguidor, Ziusudra (“Noé”), projetando para ele um navio submersível que suportaria a avalanche de água.
Os Anunnaki, a um sinal, “subiram” aos céus, fugindo [com o “rabo no meio das pernas”, inclusive o “todo poderoso” Enlil/Yahweh] em seus Rukub ilani (“carros dos deuses”), os foguetes “incendiando a terra com seu fulgor” no momento da ignição.

Orbitando a Terra em seus ônibus espaciais, os “deuses anunnaki” ficaram assistindo horrorizados às ondas furiosas varrerem o mundo. Tudo o que havia na face da Terra foi levado numa colossal avalanche de água: A.MA.RU BA.UR RA.TA – “A inundação cobriu tudo”. Sud, que criara o homem junto com Enki, “viu e chorou… Ishtar gritou como uma mulher em trabalho de parto… os deuses, os Anunnaki, choraram com elas”. Rolando de um lado para o outro, as ondas do maremoto erodiram o solo fértil, deixando atrás de si imensos depósitos de lama: “Tudo o que fora criado voltou a se transformar em barro”.

Em O 12º. Planeta apresentamos os indícios que nos levaram a concluir que o Dilúvio, que causou o fim abrupto da última Idade do Gelo, aconteceu há cerca de 13 000 anos [em 10.986 a.C.]. Quando começou a “vazão das águas” do Dilúvio, os Anunnaki foram aterrissando no monte Nisir (“Monte da Salvação”), o atual monte Ararat. Logo Ziusudra/Noé também chegou àquele lugar, guiado por um navegador fornecido por Enki. Enlil/Yahweh ficou furioso ao descobrir que fora salva uma “semente da humanidade”, mas Enki conseguiu acalmá-lo, argumentando que os Anunnaki não poderiam continuar na Terra sem o auxilio do homem. “E o “Senhor” abençoou Noé e seus filhos, e disse-lhes: ‘Sede fecundos, multiplicai- vos, enchei a Terra’” [para trabalhar para os “deuses”].

O Antigo Testamento, interessado apenas na descendência de Noé, não registra a presença de outros passageiros na arca. Mas os textos sobre o Dilúvio da Mesopotâmia, mais detalhados, mencionam o navegador e revelam que no último instante amigos ou serviçais de Ziusudra e suas famílias embarcaram. As versões gregas da história, escritas por Berosso, afirmam que depois do Dilúvio Ziusudra, sua família e o piloto da arca foram recebidos pelos deuses para ficar morando com eles; as outras pessoas receberam instruções sobre como encontrar o caminho para a Mesopotâmia e voltaram para lá sozinhas.

O problema mais imediato de todos os que se salvaram era a comida. A Noé e seus filhos, o Senhor falou: “Todos os animais da terra, todas as aves no céu, tudo o que se arrasta na terra e todos os peixes do mar: eles são entregues nas suas mãos”. Então vem a sentença muito significativa: “Corno vos dei a verdura de todos os tipos de grãos”. Essa afirmação pouco notada (Gênesis 9:3), que apenas toca de leve na origem da agricultura, está substancialmente ampliada nos textos sumérios.

Todos os “eruditos” concordam que a agricultura começou no crescente fertil da Mesopotâmia-Síria-Líbano, mas não sabem explicar por que ela não se iniciou nas planícies, onde o cultivo é fácil, mas sim nas terras altas. Eles também concordam que a agricultura começou com o cultivo dos “ancestrais silvestres” do trigo e da cevada há cerca de 12 mil anos, mas mostram-se confusos diante da enormidade genética dessas gramíneas primitivas.

E de maneira alguma conseguem explicar o feito botânico-genético pelo qual – num pequeno período de 2 mil anos – essas plantas selvagens dobraram, triplicaram e até quadruplicaram seus pares de cromossomos para se tornarem o trigo e a cevada [malte] que conhecemos, com um notável valor nutritivo e uma incrível capacidade de crescer em quase qualquer lugar, além de fornecerem duas safras por ano. Para aumentar ainda mais o quebra-cabeça, não há explicação para o súbito e simultâneo aparecimento de todos os tipos de frutas e verduras na mesma região e a “domesticação” de animais, começando com cabras e carneiros, que forneciam carne, leite e lã.

Como aconteceu tudo isso? A ciência moderna ainda está procurando respostas, mas os textos sumérios as registraram milênios atrás. Tal como faz sua cópia, a Bíblia, eles contam que a agricultura começou depois do Dilúvio. (O Gênesis diz que foi então que “Noé começou como agricultor”). E também, com faz a Bíblia, que registra que muito antes do Dilúvio havia o cultivo do
solo (por Caim) e a criação de ovelhas (por Abel), as crônicas sumérias falam de colheitas e criação de gado em tempos pré-históricos.

Segundo um texto intitulado pelos estudiosos O Mito do Gado e dos Grãos, quando os Anunnaki chegaram à Terra não existiam plantas nem animais domesticados. Quando das alturas do Céu,
Anu fez os Anunnaki virem à Terra, Grãos ainda não tinham nascidos, ainda não tinham vegetado…
Não havia ovelha, um cordeiro ainda não tinha sido parido. Não havia cabra, um cabrito ainda não tinha sido parido. A tecelagem [de lã] ainda não tinha surgido, ainda não tinha se estabelecido.
Então, na “Câmara da Criação” dos Anunnaki, isto é, seu laboratório de manipulação genética, o Lahar (“o gado de lã”) e os Anskan (” grãos”) foram “belamente moldados”. Naqueles dias, na Câmara da Criação dos deuses, na Casa da Moldagem, na Colina Pura, Lahar e Anshan foram belamente moldados. A morada ficou cheia de alimento para os deuses.

Os Anunnaki, em sua Colina Sagrada, comeram do Lahar e do Anshan, que se multiplicavam, mas não se saciaram. O bom leite das ovelhas, os Anunnaki, em sua Colina Sagrada beberam mas não ficaram saciados. Os Trabalhadores Primitivos – aqueles que “não conheciam o comer o pão…
que comiam plantas com a boca” – já existiam. Depois que Anu, Enlil/Yahweh, Enki e Sud moldaram o povo de cabeça preta, a vegetação luxuriante multiplicaram no solo. Animais de quatro patas eles engenhosamente trouxeram à existência; no E.DIN os colocaram.

Assim, para aumentar a produção de grãos e multiplicar o gado para saciar os Anunnaki, foi tomada uma decisão: ensinar NAM.LU.GAL.LU – “a humanidade civilizada” – a “cultivar o solo” e “cuidar dos carneiros… em favor dos deuses”. Em favor das coisas que saciam, para cuidar do puro redil, a humanidade civilizada foi trazida à existência. Da mesma forma que descreve o que “foi trazido à existência” naquela época primitiva, esse mesmo texto também relaciona as variedades vegetais que ainda não existiam nesses primórdios da civilização: Aquilo que através do plantio se multiplica ainda não fora moldado; terraços de cultivo ainda não tinham sido montados…

O grão triplo de trinta dias não existia; o grão triplo de quarenta dias não existia; O grão pequeno, o grão das montanhas, o grão do puro A.DAM não existia… Os vegetais tuberosos do campo ainda não tinham surgido. Esses últimos como veremos adiante, foram introduzidos na Terra por Enlil/Yahweh e Ninurta algum tempo depois do Dilúvio. Depois de o Dilúvio ter varrido toda a face da Terra, o primeiro problema enfrentado pelos Anunnaki foi descobrir onde se poderia obter as sementes necessárias para a restauração do cultivo. Por sorte, alguns espécimes dos cereais domesticados tinham sido enviados a Nibiru, o que permitiu a Anu “fornecê-los, do Céu, para Enlil/Yahweh“.

O deus comandante então procurou um local seguro onde essas sementes pudessem ser semeadas. Boa parte do solo ainda estava submerso, e o único lugar que lhe pareceu adequado foi a “montanha dos cedros aromáticos” [Líbano]. Lemos nos fragmentos de um texto publicado por S. N. Kramer em Sumerische Literarische Texte aus Nippur: Enlil/Yahweh subiu até o pico e ergueu os olhos; olhou para baixo, onde as águas eram como o mar. Olhou para cima; lá estava a montanha dos cedros aromáticos. Ele transportou a cevada, plantou-a em terraços na montanha. Aquilo que vegeta ele transportou para o alto, plantando os grãos na montanha”.

A escolha da Montanha dos Cedros e sua conversão em local restrito (“sagrado”) parece não ter sido acidental. Em todo o Oriente Médio, na verdade, em todo o mundo, só existe uma única montanha dos cedros de fama universal. Ela fica no Líbano. E nela podemos ver até hoje (em BaalbekAs Pedras Megalíticas de BAALBEK [templo construído pelos Anunnakis]: Engenharia Antiga ‘Impossível’) uma imensa plataforma apoiada em blocos de pedras colossais [Trilithon], cujo assentamento ainda é um mistério tecnológico.

Engenharia Antiga ‘Impossível’: As Pedras Megalíticas de Baalbek [templo construído pelos Anunnakis]: Um dos enigmas mais fascinantes para os arqueólogos do “tecnológico” século XXI é como a “humanidade antiga” [se isso fosse possível] conseguiu cortar com precisão milimétrica, extrair, levantar, encaixar e interligar blocos megalíticos de pedra pesando entre 10 e 2.000 toneladas.

Esse local era, como mostrei em A Escada para o Céu, o local de aterrissagem dos Anunnaki. Inúmeras lendas afirmam que a plataforma foi construída em épocas antediluvianas, quem sabe até nos tempos de Adão. Depois do Dilúvio, aquele era o único lugar apropriado para receber os ônibus espaciais dos Anunnaki, pois o espaçoporto de Sippar fora
coberto pelas águas e sepultado sob toneladas de lama.

Baalbek

As sementes estavam disponíveis, o problema era escolher onde semeá-las… As terras baixas, ainda cobertas de lama e água, eram inadequadas para a habitação. As montanhas, embora tivessem se livrado da avalanche do Dilúvio, estavam encharcadas devido às chuvas que tinham começado a cair com a chegada da nova idade climática. Os rios ainda não haviam encontrado seus novos leitos e as águas não tinham para onde ir. O cultivo era impossível. Lemos a seguinte descrição num texto sumério:

A fome era grave, nada era produzido. Os riachos estavam sujos, a lama ainda não fora assentada…
Em todas as terras não havia colheitas, só ervas daninhas cresciam. Os dois grandes rios da Mesopotâmia, o Tigre e o Eufrates, também não haviam encontrado a normalidade: “O Eufrates ainda não estava amarrado, havia miséria; o Tigre estava confuso, saltava e feria”.

Quem se apresentou para assumir a tarefa de construir represas nas montanhas, escavar novos
canais para os rios e drenar o excesso de água foi Ninurta: “Dali em diante o senhor põe sua mente altíssima para pensar; Ninurta, o filho de Enlil/Yahweh, faz nascer grandes coisas”: Para proteger o solo, uma poderosa muralha ele erigiu. Com uma maça ele quebrou as rochas; as pedras o herói amontoou, fez um assentamento… As águas que estavam esparramadas, ele juntou; o que pelas montanhas fora dispersado, ele guiou e fez descer pelo Tigre. As águas altas ele esgotou do solo arado. Então, vejam! Tudo na Terra rejubilou-se diante de Ninurta, o senhor do solo.

Um longo texto, que pouco a pouco foi reconstituído pelos estudiosos, chamado Os Feitos e Proezas de Ninurta, acrescenta uma nota trágica aos esforços do jovem deus em trazer a ordem de volta à Terra após o Dilúvio. Para poder acompanhar a resolução dos problemas em diferentes locais, Ninurta ia de montanha em montanha em seu veículo aéreo. Mas “seu Pássaro Alado contra
um cume se chocou; suas penas tombaram no solo”. (Um verso pouco claro sugere que ele foi salvo por Adad).

Sabemos pelos textos sumérios que as primeiras plantas cultivadas nas encostas das montanhas foram árvores e arbustos frutíferos, entre eles, com toda a certeza, as videiras, afinal os “deuses” anunnaki gostavam de vinho. Eles contam que os Anunnaki deram à humanidade “as excelentes uvas brancas e o excelente vinho branco; as excelentes uvas pretas e o excelente vinho tinto”. Não é de admirar que lemos na Bíblia que “Noé, o agricultor, começou a plantar a vinha. Bebendo vinho, embriagou-se”.

Quando as obras de drenagem que Ninurta fez na Mesopotâmia tornaram possível o cultivo das planícies, os Anunnaki “trouxeram os grãos da montanha” e a Suméria “ficou conhecendo o trigo e a cevada” [e a cerveja puro malte, obtido da cevada]. Nos milênios que se seguiram, a humanidade reverenciou Ninurta como o deus que a ensinara a agricultura; um “Almanaque do Fazendeiro” atribuído a ele foi encontrado por arqueólogos num sítio da Mesopotâmia. Em acadiano, o nome de Ninurta era Urash, “Aquele do Arado”, e um escudo cilíndrico mostra-o entregando o arado aos homens. Alguns acham que a figura representa Enlil/Yahweh.

Atribuiu-se a Enlil/Yahweh e a Ninurta a doação da agricultura para a humanidade, mas Enki foi reverenciado pela introdução dos animais domésticos. Isso aconteceu depois que os primeiros grãos já estavam sendo cultivados, mas ainda não existia “o grão que se multiplica”, ou seja, os com cromossomos dobrados, triplicados ou quadruplicados. Estes foram criados artificialmente
por Enki, com o consentimento de Enlil/Yahweh.

Naquela época Enki falou a Enlil/Yahweh: “Pai Enlil, rebanhos e grãos tornaram alegre a Colina Sagrada”. Que nós, Enki e Enlil, ordenemos: “Que a criatura lanuda e o grão que multiplica, façamos sair da Colina Sagrada”.

Enlil concordou com a sugestão e seguiu-se a abundância: A criatura lanuda, eles colocaram num redil. As sementes que brotam, deram à mãe; para os grãos determinaram um lugar. Aos trabalhadores entregam o arado e a canga… O pastor obtém a abundância no redil; a moça que semeia traz a abundância; ela levanta a cabeça quando está no campo: a abundância veio do céu.
A criatura lanuda e os grãos plantados desenvolveram-se com esplendor. A abundância foi concebida ao povo reunido. A revolucionária ferramenta de cultivo, uma peça de madeira muito simples, mas engenhosamente projetada – o arado -, de início era puxada, como se entende pelo texto acima, colocando-se uma canga nos lavradores.

Mas então Enki “trouxe à existência as criaturas vivas maiores”, ou seja, o gado domesticado, e os bois substituíram os homens que suportavam a canga. Dessa forma, concluem os textos, os deuses “aumentaram a fertilidade do solo”. Enquanto Ninurta estava ocupado na construção de represas nas montanhas que flanqueavam a Mesopotâmia e drenando as planícies, Enki voltou à África para verificar o estrago que o Dilúvio fizera naquela região.

Com o passar do tempo, Enlil/Yahweh e seus descendentes terminaram controlando todas as regiões montanhosas desde o sudeste Elam, confiando a Inanna/Ishtar, até o noroeste (as montanhas Taurus e a Ásia Menor, dadas a Ishkur/Adad), ficando as terras altas entre elas divididas entre Ninurta (parte sul) e Nanna/Sin (norte). Enlil/Yahweh reteve para si a área central de onde podia se descortinar a antiga localização de E.DIN.

O Local de Aterrissagem na [Baalbek] Montanha dos Cedros foi colocado sob o comando de Utu/Shamash. O que restava para Enki e seu clã? Enquanto Enki inspecionava a África, ficou evidente para ele que apenas o Abzu, ou seja, a parte sul do continente seria insuficiente para seu clã. A “abundância” da Mesopotâmia estava baseada no cultivo ribeirinho, e, para ela existir na África, o mesmo processo teria de ser empregado. Foi então que Enki, planejando seu futuro, voltou sua atenção para a recuperação do vale do Nilo.

Como vimos anteriormente, os egípcios afirmavam que seus grandes deuses tinham vindo de Ur (significando “o lugar antigo”). Segundo Manetho, o reino de Ptah sobre as terras do Nilo começou 17.900 anos antes de Menés, isto é, por volta de 21.000 a.C. Nove mil anos depois Ptah entregou o domínio do Egito a seu filho Ra, mas seu reinado foi abruptamente interrompido apenas mil anos depois, ou seja, por volta de 11.000 a.C. E foi nessa época, segundo nossos cálculos, que o Dilúvio ocorreu.

Os egípcios acreditavam que depois do reinado de Ra, Ptah voltara ao Egito para envolver-se em grandes obras de recuperação de terras e literalmente tirar o país de sob as águas. Existem textos sumérios que contam que Enki foi à terra de Meluhha (Núbia/Etiópia) e à terra de Magan (Egito) para torná-las habitáveis para o homem e os animais domésticos: Ele avança para a Terra Meluhha;
Enki, senhor do Abzu, decreta seu destino: Terra preta, que suas árvores sejam grandes, que elas sejam as árvores das Terras Altas.

  • Que todos encham seus palácios reais.
  • Que seus papiros sejam grandes.
  • Que eles sejam papiros das Terras Altas…
  • Que seus touros sejam grandes, que eles sejam touros das Terras Altas…
  • Que sua prata seja como o ouro, que seu cobre seja latão e bronze…
  • Que seu povo se multiplique; que seu herói avance como um touro…

Esses registros sumérios, ligando Enki às terras africanas do Nilo, têm grande importância, pois não só mostram a similaridade entre as lendas mesopotâmicas e as egípcias como ligam os deuses sumérios – especialmente os do clã de Enki – com os do Egito. Pois, acreditamos, Ptah não era outro senão o próprio Enki. Depois que as terras tornaram-se novamente habitáveis, Enki dividiu o
continente africano entre seus dois filhos. A parte sul voltou a ser concedida a NER.GAL (“O Grande Guardião”) e sua mulher, Ereshkigal. A região um pouco mais ao norte, onde ficava a área de mineração, coube a GIBIL (“Aquele do Fogo”), que aprendeu com o pai os segredos da metalurgia.
NIN.A.GAL (“Príncipe das Grandes Águas”) recebeu, como seu nome indica, a região dos grandes lagos e as cabeceiras do Nilo. O planalto relvado, o atual Sudão, foi entregue ao filho mais novo, DUMU.ZI (“Filho que É Vida”), cujo apelido era: “O Criador de Gado”.

A identidade de um quinto filho de Enki ainda é motivo de controvérsia entre os estudiosos, porém mais adiante oferecemos nossa própria solução para essa questão. Quanto ao filho restante, não existe nenhuma dúvida: ele era o primogênito e herdeiro legal, MAR.DUK (“Filho da Colina Pura”). Como um dos cinqüenta epítetos desse deus era ASAR, o que soa bastante parecido com Assar (Osíris, em grego), alguns eruditos especularam que Marduk e Osíris poderiam ser um único deus. No entanto, epítetos como “Todo-Poderoso” e “Impressionante” eram aplicados a um grande número de deidades, e Asar (“O que Tudo Vê”) também era o nome epíteto do deus assírio Assur.

Os paralelos são muito maiores entre o Marduk babilônico e o Ra egípcio. O primeiro era filho de Enki, o segundo de Ptah, e como já dissemos, Enki e Ptah, acreditamos era um só. Osíris, contudo, era bisneto de Ra, e, portanto pertencia a uma geração bem posterior. De fato, nos textos sumérios são encontrados indícios espalhados, mas freqüentes, para apoiar nossa crença de que o Ra dos egípcios e o Marduk dos babilônios eram uma só deidade.

Um hino auto-laudatório atribuído a Marduk (tabuinha Ashur/4125) declara que um dos seus epítetos era: “O deus IM.KUR.GAR RA, ou seja, “Ra que ao Lado da Terra Montanhosa Habita”.
Além disso, existem provas textuais de que os sumérios conheciam o nome da deidade egípcia Ra. Muitos nomes de cidadãos da Suméria incluíam o nome divino Ra. Plaquinhas de argila da época da Dinastia Ur III mencionam “Dingir Ra” e seu templo, E.Dingir.Ra. Então, depois da queda dessa dinastia, quando Marduk conquistou a supremacia na Babilônia, o nome dessa cidade em sumério, KA.DINGIR (“Portão dos Deuses”), foi mudado para KA.DINGIR.RA- “O Portão dos Deuses de Ra”.

Na verdade, como mostraremos adiante, a ascensão de Marduk começou no Egito, onde o mais conhecido monumento dessa região, a Grande Pirâmide de Gizé, desempenhou um papel crucial em sua turbulenta carreira. O fato é que o grande deus do Egito, Marduk/Ra, ambicionava governar/usurpar toda a Terra, e queria fazê-lo a partir do antigo “Umbigo da Terra”, na Mesopotâmia. Foi essa ambição que o levou a abdicar do trono divino do Egito em favor de seus
filhos e netos. Mas sabia ele que isso levaria a duas Guerras das Pirâmides e a um incidente
que quase provocou a sua morte.

Continua . . .


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