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Rússia fez uma Ruptura Definitiva com o (‘Hospício do) Ocidente’ e está Pronta para Ajudar a Criar uma ‘Nova Ordem Mundial’

Pouco antes dos marionetes do G-7 se reunirem no Castelo de Elmau, na Baviera, na semana passada, os líderes dos cinco países do BRICS realizaram uma cúpula online sob a presidência chinesa. A Rússia havia sido discutida como uma ameaça na reunião dos marionetes do G-7, mas foi um participante-chave na reunião do BRICS. Após a crise na Ucrânia de 2014, o G8 voltou ao formato anterior do G7; na esteira da ação militar russa na Ucrânia em fevereiro passado, o confronto russo-ocidental degenerou em uma “Guerra Híbrida” completa, com um confronto real – ainda que por procuração, POR ENQUANTO.

Talvez seja difícil de acreditar nisso agora, mas – apenas oito anos atrás – a Rússia era um membro pleno do antigo grupo de países do G-8. Desde então, ocorreram mudanças dramáticas no cenário global. Rússia fez uma Ruptura Definitiva com o (‘Hospício do) Ocidente’ e está Pronta para Ajudar a Criar uma ‘Nova Ordem Mundial’

Fonte: Rússia Today – Por Dmitri Trenin

Longe vão os dias em que Moscou podia atravessar a divisão entre o Ocidente e o não-ocidente. Após a crise na Ucrânia de 2014, o G8 voltou ao formato anterior do G-7; na esteira da ação militar russa na Ucrânia em fevereiro passado, o confronto russo-ocidental degenerou em uma Guerra Híbrida”  completa, com um confronto real – ainda que por procuração, POR ENQUANTO.

Tendo tentado, após o fim da Guerra Fria e do bloco soviético em 1991, fazer parte do novo Ocidente, e tendo fracassado nessa empreitada, a Rússia agora se concentra no desenvolvimento de seus laços com a Ásia, Oriente Médio, África e América Latina.

Esta é uma tarefa difícil e necessária, por uma série de razões. Primeiro, há uma poderosa inércia do passado. Pelo menos desde os dias de Pedro, o Grande, as elites russas olharam para o oeste, adotando formas ocidentais de aparência e comportamento (enquanto permaneciam distintamente russas sob as roupas e as maneiras); se adaptar as instituições ocidentais (mesmo que muitas vezes apenas superficialmente); emprestar padrões ocidentais de pensamento (enquanto os desenvolve criativamente, como no marxismo); procurando tornar-se uma grande potência europeia; depois, nos dias soviéticos, uma superpotência global; e, mais recentemente, um componente chave de uma Europa maior de Lisboa a Vladivostok.

Este foi um caminho difícil de abandonar. No entanto, agora, pela primeira vez, a Rússia está enfrentando um Ocidente unido, da América do Norte, União Europeia e Grã-Bretanha, ao Japão e Austrália. Além disso, não há aliados no Ocidente a quem Moscou possa recorrer – mesmo estados notoriamente neutros, como Finlândia, Suécia, Áustria e Suíça, abandonaram sua neutralidade. A ruptura política da Rússia com o Ocidente está assim completa, e qualquer nova norma de relações entre eles só pode surgir como resultado da Guerra Híbrida”, que levará anos, se não décadas, para ser superada.  

Em segundo lugar, as relações econômicas de Moscou foram amplamente construídas com o Ocidente.  Historicamente, a Rússia tem sido um recurso natural e abundante para a indústria da Europa Ocidental;  um celeiro do continente; e um grande importador de produtos industriais e tecnologia. 

Até recentemente, apenas o comércio da Rússia com a União Europeia representava mais da metade do comércio exterior da Rússia, e a Alemanha era o principal exportador de maquinário e tecnologia para a Rússia. Desde o início da década de 1970, oleodutos e gasodutos da Rússia para a Europa Ocidental formaram a espinha dorsal dos laços econômicos e proporcionaram a estabilidade geral no continente europeu, mesmo nas perigosas décadas da Guerra Fria e nos tempos turbulentos da desintegração da União Soviética. Isso também está em vias de extinção, no entanto.

As severas sanções impostas à Rússia pelos EUA, UE e Reino Unido não serão levantadas mesmo quando os combates reais na Ucrânia cessarem, e a dolorosa experiência de divisas e apreensões de ativos deixará uma grande marca em qualquer futura abordagem russa aos laços econômicos com o (Hospício do) Oeste.

Terceiro, em termos culturais, os russos tradicionalmente se identificam com o resto da Europa.  Cristandade; os legados da Grécia e Roma Antigas; as ideias do Iluminismo francês e da filosofia alemã; A literatura e as artes européias, a música e a dança – tudo isso ajudou a moldar e formar a própria cultura da Rússia, dando-lhe um poderoso estímulo para o seu autodesenvolvimento. Apesar da recente ruptura política e da mudança geoeconômica, os fundamentos da cultura russa permanecem definitivamente europeus.

No entanto, uma série de elementos da cena cultural de hoje no Ocidente, particularmente o culto dominante da auto-expressão individual, o liberalismo desenfreado (Wokism, onde já não existem mais mulheres, Transgenerismo, LGBTQ+, normatização da pedofilia, etc…) que está se tornando cada vez mais opressivo, a erosão dos valores familiares tradicionais e a proliferação de inúmeros gêneros (ao invés do natural masculin/feminino expressado pela própria CRIAÇÃO), tudo se choca com o código cultural mais tradicional da maioria da população russa conservadora.

Um dos “marionetes” do G-7 já caiu…

Dito isso, a necessidade óbvia de a Rússia agora olhar além do (hospício do) Ocidente significa que provavelmente pode superar a sua inércia histórica, o legado de prioridades geoeconômicas anteriores e afinidades culturais. Com o Ocidente evitando a Rússia, tentando isolá-la e até mesmo ‘cancelá-la’ (como se isto fosse possível), Moscou não tem escolha a não ser abandonar seus velhos hábitos e alcançar o mundo mais amplo além da Europa Ocidental e da América do Norte. 

Na verdade, isso é algo que sucessivos líderes russos prometeram fazer repetidamente, mesmo quando as relações com o Ocidente eram muito menos adversas, mas a mentalidade orientada para a Europa, a aparente facilidade de negociar recursos para bens e tecnologias ocidentais e a ambição de ser aceito nos círculos (Circus) da elite ocidental impediu que essa intenção se tornasse realidade.

Notou-se, no entanto, que as pessoas começam a fazer a coisa certa apenas quando não há outras opções. E certamente capitular para o Ocidente não é opção para a Rússia, neste momento. As coisas foram longe demais. 

Além da necessidade de uma revisão das relações externas da Rússia, existem oportunidades reais a serem buscadas. Desde o fim da Guerra Fria, os principais países da Ásia, Oriente Médio, África e América Latina cresceram espetacularmente em todos os aspectos, do econômico e político ao tecnológico e militar.

Mesmo antes do início da “Guerra Híbrida”, a China havia ultrapassado a Alemanha não apenas como principal parceiro comercial da Rússia, mas também como principal exportador de máquinas e equipamentos para a Rússia. A Índia, um importador tradicional de armas soviéticas e russas, está agora emergindo como um importante parceiro tecnológico de Moscou. A Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos são os principais parceiros da Rússia na regulação da produção de petróleo no formato OPEP+. A Turquia e o Irã são grandes atores independentes em uma região estratégica importante. 

O fato de que a grande maioria dos países não ocidentais se recusou a condenar a Rússia pelo que está fazendo na Ucrânia – muitos deles apesar da forte pressão dos EUA – é muito encorajador para Moscou.  No sentido de que aqueles que não estão contra nós podem ser considerados como estando conosco.

Da Indonésia ao Brasil, e da Argentina à África do Sul, há muitos países dinâmicos, emergentes e ambiciosos que Moscou procura se envolver mais.

Para poder fazer isso, a política externa da Rússia precisa apresentar uma estratégia apropriada. Acima de tudo, precisa dar prioridade às relações com os países não-ocidentais sobre os laços de fato firmemente congelados com o Ocidente. Ser embaixador na Indonésia deveria ser mais prestigioso do que ser embaixador em Roma, e um posto em Tashkent (Uzbequistão) deveria ser visto como mais importante do que um em Viena. 

É preciso haver uma auditoria das potenciais oportunidades econômicas e outras oportunidades para a Rússia nos países membros do BRICS e um plano para trabalhar nelas. Além da economia, os programas de intercâmbio estudantil devem ser expandidos e o turismo russo incentivado a se mudar para o leste e o sul. A mídia russa estaria certa em aumentar a cobertura dos desenvolvimentos nas principais nações não ocidentais, educando a elite russa e o público em geral sobre as realidades econômicas, políticas e culturais dessas nações.

Dmitri Trenin é membro do Conselho de Assuntos Internacionais da Rússia.    


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“O indivíduo é [TÃO] deficiente mentalmente [os zumbis], por ficar cara a cara, com uma conspiração tão monstruosa, que nem acredita que ela exista. A mente americana [humana] simplesmente não se deu conta do mal que foi introduzido em seu meio. . . Ela rejeita até mesmo a suposição de que as [algumas] criaturas humanas possam adotar uma filosofia, que deve, em última instância, destruir tudo o que é bom, verdadeiro e decente”.  – Diretor do FBI J. Edgar Hoover, em 1956


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