Em uma volumosa obra, “Tiahunacu: the Cradle of American Man“, o falecido professor Arthur Posnansky (um notável pesquisador germano-boliviano cujos estudos das ruínas duraram quase 50 anos) explica os cálculos árqueo-astronômicos que resultaram na nova data de fundação que ele atribuiu a Tiahuanaco. Esses cálculos, diz ele, baseavam-se “apenas e exclusivamente na diferença na obliqüidade da eclíptica no período em que o Kalasasaya foi construido e da que existe hoje”. O que exatamente é “a obliqüidade da eclíptica” e por que ela dá a Tiahuanaco uma idade de 17.000 anos?
De acordo com a definição dos dicionários, a eclíptica é “o ângulo entre o plano da órbita da terra e o do equador celeste, igual a aproximadamente 23º 27”. No intuito de esclarecer essa obscura ideia astronômica, vamos imaginar a terra como um navio, navegando no vasto oceano dos céus.
Livro “AS DIGITAIS dos DEUSES“, uma resposta para o mistério das origens e do fim da civilizaçã
Por Graham Hancock, livro “AS DIGITAIS DOS DEUSES”, Tradução de Ruy Jungmann, editora Record 2001.
CAPÍTULO 11 – Indicações de Antiguidade
Tal como todos as embarcações desse tipo (sejam elas planetas ou escunas), ela sobe e desce ligeiramente com a onda que passa por baixo do casco. Imagine-se a bordo dessa embarcação à medida que ela sobe e desce, de pé no tombadilho, olhando para o mar. Você sobe na crista de uma onda e seu horizonte visível aumenta, cai em uma fossa e ele diminui. O processo é regular, matemático, tal como o tiquetaque de um metrônomo gigantesco: uma inclinação constante, quase imperceptível, mudando perpetuamente o ângulo entre você e o horizonte.
Agora, imagine novamente a Terra. Flutuando no espaço, como sabe todo menino de escola, o eixo da rotação diária de nosso belo planeta azul é ligeiramente inclinado em relação ao plano vertical em sua órbita em torno do sol. Dessa situação segue-se que o equador terrestre e, daí, o “equador celeste” (que é simplesmente um prolongamento imaginário do equador terrestre na esfera celeste) deve situar-se também em um ângulo com o plano orbital. Esse ângulo, em qualquer ocasião, é a obliqüidade da eclíptica.
Mas uma vez que a terra é um barco que ondula, sua obliqüidade muda de uma maneira cíclica em períodos muito longos. Durante cada ciclo de 41.000 anos, a obliqüidade varia, com a precisão e previsibilidade de um cronógrafo suíço, entre 22,1º e 14,5°. A seqüência em que um ângulo segue outro, bem como a seqüência de todos os ângulos anteriores (em qualquer período da história), pode ser calculada através de algumas equações simples. Elas podem ser representadas também como uma curva em um gráfico (originariamente plotado em Paris no ano de 1911 pela Conferência Internacional de Efemérides) e à vista desse gráfico é possível comparar, com confiabilidade e precisão, ângulos e datas históricas precisas.
Posnansky conseguiu fixar a data da construção de Kalasasaya porque a obliqüidade do ciclo altera gradualmente a posição azimutal do nascer e pôr-do-sol de um século a outro. Ao estabelecer os alinhamentos solares de certas estruturas básicas que, nesse momento, pareciam “estar deslocadas”, ele demonstrou convincentemente que a obliqüidade da eclíptica na época da construção do Kalasasaya tinha sido de 23° 8′ 48″. Ao ser o ângulo plotado no gráfico traçado pela Conferência Internacional de Efemérides, descobriu-se que correspondia à data de 15000 a.C. Claro, nenhum historiador ou arqueólogo ortodoxo estava disposto a aceitar uma origem tão antiga para Tiahuanaco, preferindo, conforme notado no Capítulo 8, concordar com a estimativa conservadora de 500 d.C.
No período de 1927 a 1930, contudo, vários cientistas, originários de outras disciplinas, estudaram com grande cuidado as “investigações astronômico-arqueológicas” de Posnansky. Esses cientistas, membros de uma equipe de alto gabarito que estudou também numerosos outros sítios arqueológicos nos Andes, eram o Dr. Hans Ludendorff (na ocasião, diretor do Observatório Astronômico de Potsdam), Dr. Friedrich Becker, do Specula Vaticanica, e dois outros astrônomos: o professor Dr. Arnold Kohlschutter, da Universidade de Bonn, e o Dr. Rolf Muller, do Instituto Astrofísico de Potsdam. Ao fim de três anos de trabalho, os cientistas concluíram que Posnansky estava basicamente certo.
Eles não estavam interessados nas implicações de suas descobertas para o paradigma em vigor da história: simplesmente confirmaram os fatos observáveis sobre os alinhamentos astronômicos das várias estruturas de Tiahuanaco. Entre estes, o mais importante era que o Kalasasaya fora projetado para conformar-se a observações do céu feitas há muito, muito tempo – muito antes dos supostos 500 a.C. O número de Posnansky, de 14000 a.C., foi considerado como bem dentro dos limites das possibilidades. Se Tiahuanaco florescera realmente tão antes do alvorecer da história, que tipos de pessoas, que “seres humanos” haviam-na construído e para que fim?
Figuras em Forma de Peixe
No interior do Kalasasaya há duas peças maciças de estatuária. A primeira, uma figura apelidada de El Fraile (O Frade), ergue-se no canto sudoeste; a outra, na direção do centro da extremidade leste do espaço fechado, era o gigante que eu observara de dentro do templo rebaixado. Esculpido em arenito vermelho, desgastado pelo tempo e antigo além de qualquer palpite, El Fraile tem cerca de 1,80m e representa um ser humanóide, andrógino, com grandes olhos e lábios. Na mão direita, ele segura algo parecido com uma faca, com uma lâmina ondulada que lembra um kris indonésio. Na mão esquerda, tem um objeto que se assemelha a um livro articulado. Do alto desse “livro”, porém, projeta-se um dispositivo que nele foi inserido como se numa bainha.
Da cintura para baixo, a figura parece vestida com um traje de escamas de peixe e, como se para confirmar essa impressão, o escultor havia formado as escamas isoladas com fileiras e mais fileiras de cabeças de peixe altamente estilizadas. Esse sinal foi convincentemente interpretado por Posnansky como significando peixe em geral. Parecia, portanto, que EI Fraile era a representação de um simbólico ou imaginário “homem-peixe”. A figura usa ainda um cinto esculpido com imagens de vários grandes crustáceos, de modo que essa ideia parecia ainda mais provável. Qual a intenção da escultura? Eu havia tomado conhecimento de uma tradição local que poderia esclarecer o assunto.
Muito antiga, ela falava em “deuses do lago, com caudas de peixe, chamados de Chullua e Umantua”. Na tradição e nas figuras vestidas como peixes parecia haver um eco curiosamente dissonante de mitos mesopotâmicos, que se referiam estranhamente, e em grande extensão, a seres anfíbios, “dotados de razão”, que tinham visitado a terra da Suméria na pré-história remota. O chefe desses seres era chamado de Oannes (ou Uan). Ou, como disse o sacerdote, astrônomo, historiador e escriba caldeu Berossus:
“Todo o corpo (de Oannes) era parecido com o de um peixe e ele tinha, sob a cabeça de peixe, outra cabeça, e também pés, semelhantes aos de um homem, apensados à cauda de peixe. Sua voz, também, e a linguagem, eram articuladas e humanas, e uma representação dele foi preservada até este dia. (…) Quando o sol se punha, era costume desse Ser mergulhar novamente no mar e ficar toda a noite nas profundezas, pois ele era anfíbio”.
De acordo com a tradição citada por Berossus, Oannes era, acima de tudo, um civilizador:
“Durante o dia, ele costumava conversar com os homens, mas não se alimentou naquela estação. E lhes deu um insight de letras e ciências e de todos os tipos de artes. Ensinou-lhes a construir casas, a erigir templos, a compilar leis e explicou os princípios do conhecimento geométrico. Ensinou-lhes a distinguir entre as sementes da terra e mostrou como coletar frutas. Em suma, instruiu-os em tudo que poderia contribuir para suavizar maneiras e humanizar e civilizar a humanidade. Desse tempo em diante, tão universais foram suas instruções, que nada foi acrescentado materialmente como melhoramento”…
Imagens remanescentes das criaturas Oannes que vi em altos-relevos babilônicos e assírios representavam claramente homens vestidos como peixes. Escamas de peixe constituíam os motivos dominantes em seus trajes, da mesma forma que acontecia com o usado por El Fraile. Outra semelhança era que as figuras babilônicas tinham objetos não identificados nas mãos. Se a memória me servia bem (e, mais tarde, confirmei que isso acontecia), esses objetos não eram absolutamente idênticos aos que El Fraile segurava. Mas eram semelhantes o suficiente para merecer atenção.
O outro grande “ídolo” de Kalasasaya estava situado na direção da extremidade oriental da plataforma, de frente para o grande portal, e era um monólito imponente de adesita cinzenta, imensamente espesso e com cerca de 2,70m de altura. A cabeça larga erguia-se reta dos ombros maciços e o rosto, parecendo uma placa de pedra, olhava sem expressão para a distância. Usava coroa, ou um tipo de testeira, com os cabelos penteados em tranças bem dispostas em longos cachos verticais, mais claramente visíveis nas costas. A figura era também complicadamente esculpida e decorada na maior parte de sua superfície, como se fosse tatuada.
Tal como El Fraile, usava abaixo da cintura um traje composto de escamas de peixe e símbolos do mesmo tipo. E, também como El Fraile, tinha dois objetos não identificáveis nas mãos. Nesse caso, o objeto na mão esquerda parecia mais uma bainha do que um livro articulado e dele se projetava um cabo bifurcado. Na mão direita, o objeto era mais ou menos cilíndrico, estreito no centro em que era seguro na mão, mais largo nos lados e na base, estreitando-se novamente na direção da parte superior. O objeto parecia ser composto de seções, ou partes diferentes, encaixadas umas nas outras, mas era impossível dar um palpite sobre o que poderia representar.
Sobre a figura do HOMEM PEIXE instruindo a humanidade também existe uma tribo em Timbuktu, na África que afirma ter sido instruída pelos mesmos seres, saiba mais no post: DOGONS, o Povo das Estrelas, do sistema solar triplo de SÍRIUS.
Imagens de Espécies Extintas
Deixando para trás as figuras em trajes de peixe, cheguei finalmente ao Portal do Sol, localizado no canto noroeste do Kalasasaya. Verifiquei que era um monólito isolado de andesita cinzento esverdeada, de cerca de 3,80m de largura, 3m de altura e 45cm de espessura, pesando umas estimadas 10t. Talvez mais bem compreendido como uma espécie de Arco do Triunfo, embora em escala muito menor, a peça parecia, nesse ambiente, uma porta de ligação entre duas dimensões invisíveis – uma porta entre parte nenhuma e o nada. O trabalho de cantaria era de qualidade excepcionalmente alta e autoridades concordavam em que se tratava de “uma das maravilhas arqueológicas das Américas”.
Seu aspecto mais enigmático era o denominado “friso do calendário”, esculpido na face que dava para o leste, ao longo da pane superior do portal. No centro, em uma posição elevada, o friso era dominado pelo que estudiosos do assunto julgavam ser outra representação de Viracocha, embora, dessa vez, em seu aspecto mais terrível, como o rei divino que podia invocar o fogo dos céus. O lado suave, paternal, ainda era representado e lágrimas de compaixão escorriam-lhe pela face. A face, porém, era severa e dura, a tiara régia e imponente e, em cada mão, segurava um raio. Na interpretação dada por Joseph Campbell, um dos estudiosos mais conhecidos de mitos neste século, “O significado é que a graça que se derrama no universo através da porta do sol é a mesma energia do raio que aniquila e que é em si indestrutível…”
Virei a cabeça para a direita e a esquerda, estudando sem pressa o resto do friso. Era uma peça belamente equilibrada de escultura, com três fileiras de oito figuras, 24 no total, revestindo ambos os lados da imagem central elevada. Numerosas tentativas, nenhuma delas especialmente convincente, foram feitas para explicar a suposta função de calendário dessas figuras. Tudo que se podia dizer com certeza era que tinham um aspecto peculiar, exangue, com aparência de cartum, e que havia alguma coisa friamente matemática, quase mecânica, na maneira como elas pareciam marchar em linhas organizadas na direção do Viracocha.
Algumas, aparentemente, usavam máscaras de aves, outras tinham nariz bem aguçado e todas seguravam nas mãos um implemento do mesmo tipo que o deus principal estava conduzindo. A base do friso era tomada por um desenho conhecido como “Meandro” uma série de formas de pirâmides escalonadas gravadas em linha contínua e arranjadas alternadamente invertidas para baixo e em posição correta, que se pensava também preencher uma função de calendário. Na terceira coluna, vista do lado direito (e, de forma menos clara, na terceira coluna, também, vista do lado esquerdo), consegui identificar o entalhe claro de uma cabeça, orelhas e presas compridas de elefante.
Era uma descoberta inesperada, uma vez que não há elefantes em parte alguma do Novo Mundo. Mas tinha havido em tempos pré-históricos, como pude confirmar muito tempo depois. Especialmente numerosos na região sul dos Andes, até sua extinção súbita no ano 10000 a.C., esses animais tinham sido membros de uma espécie chamada de Cuvieronius, um proboscídeo semelhante ao elefante, com presas compridas e tromba, e com uma semelhança sobrenatural com os “elefantes” do Portal do Sol”. Dei uns poucos passos à frente para examinar mais de perto esses elefantes. Constatei que todos eram compostos das cabeças de dois condores encimados por cristas, ligados garganta à garganta (constituindo as cristas as “orelhas” e, a parte superior do pescoço, as “presas compridas”).
As criaturas assim formadas ainda me pareciam ser elefantes, talvez por um truque visual característico, que os escultores de Tiahuanaco haviam empregado repetidamente em sua arte sutil e estranha, de usar uma coisa para representar outra. Dessa maneira, uma orelha aparentemente humana em um rosto aparentemente humano poderia ser uma asa de pássaro. De igual maneira, uma coroa refinada poderia ser composta de cabeças alternadas de peixes e condores, uma sobrancelha ser feita do pescoço e cabeça de ave, o dedão de uma sandália da cabeça de um animal, e assim por diante. Membros da família dos elefantes formados de cabeças de condores, portanto, não precisavam ser necessariamente ilusões de ótica. Ao contrário, essas composições inventivas estariam de perfeito acordo com o caráter artístico geral do friso.
Entre a abundância de figuras estilizadas de animais talhadas no Portal do Sol havia ainda certo número de espécies extintas. Eu sabia por minhas próprias pesquisas que uma delas fora convincentemente identificada por vários observadores como o Toxodonte – um mamífero anfíbio triangulado, de cerca de 2,70m de comprimento e 1,50m de altura nos ombros, lembrando um cruzamento baixo, entroncado, entre rinoceronte e hipopótamo. Tal como o Cuvieronius, o Toxodonte florescera na América do Sul em fins do Plioceno (há 1,6 milhão de anos) e se extinguira ao fim do Pleistoceno, há cerca de 12.000 anos. Para meus olhos, essas imagens pareciam confirmação notável da prova astro-arqueológica que situava Tiahuanaco em fins do Pleistoceno e que solapava ainda mais a cronologia histórica ortodoxa, que atribuía à cidade apenas 1.500 anos de idade, uma vez que o Toxodonte, presumivelmente, só poderia ter sido modelado à vista de um espécime vivo.
Era matéria de alguma importância, portanto, que nada menos de 46 cabeças de Toxodontes tenham sido talhadas no friso do Portal do Sol. Tampouco era a feia caricatura do animal limitada apenas ao Portal. Muito ao contrário, o Toxodonte havia sido identificado em numerosos fragmentos de louça de barro tiahuanacana. Ainda mais convincente, fora representado em várias peças de escultura, que o mostravam em plena glória tridimensional. Além do mais, tinham sido encontradas representações de outros animais extintos: as espécies incluíam o Shelidoterium, um quadrúpede de hábitos diurnos, e o Macrauchenia, um animal um pouco maior do que o cavalo moderno, com pés triaungulados bem claros.
Essas imagens significavam que Tiahuanaco era uma espécie de livro ilustrado do passado, um registro de animais estranhos, hoje mais extintos do que o Dodo, gravados em pedra para a eternidade. A confecção do registro, porém, chegara certo dia subitamente ao fim e a escuridão descera sobre a terra. Esse fato, igualmente, estava gravado na pedra – o Portal do Sol, essa soberba obra de arte, jamais fora completado. Alguns aspectos inacabados do friso faziam com que fosse provável que alguma coisa inesperada e pavorosa tivesse acontecido, o que levou o escultor, nas palavras de Posnansky, “a deixar cair para sempre o cinzel” no momento em que “estava dando os retoques finais em sua obra”.
A Matrix , o SISTEMA de CONTROLE MENTAL: “A Matrix é um sistema de controle, NEO. Esse sistema é o nosso inimigo. Mas quando você está dentro dele, olha em volta, e o que você vê? Empresários, professores, advogados, políticos, carpinteiros, sacerdotes, homens e mulheres… As mesmas mentes das pessoas que estamos tentando despertar. Mas até que nós consigamos despertá-los, essas pessoas ainda serão parte desse sistema de controle e isso as transformam em nossos inimigos. Você precisa entender, a maioria dessas pessoas não está preparada para ser desconectada da Matrix de Controle Mental. E muitos deles estão tão habituados, tão profunda e desesperadamente dependentes do sistema, que eles vão lutar contra você para proteger o próprio sistema de controle que aprisiona suas mentes …”